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Varejo está menos estruturado para enfrentar crises do que outros setores, afirma especialista

Varejo está menos estruturado para enfrentar crises do que outros setores, afirma especialista

 

Segundo consultor, falta ao segmento se aprofundar no chamado Plano de Continuidade de Negócios. Saiba o que é e como pode ajudar sua empresa

 

Já ouviu falar em PCN ou Plano de Continuidade de Negócios? Como o próprio nome sugere trata-se de um documento em que são definidas as estratégias que deverão ser adotadas para manter o pleno funcionamento das operações de uma empresa caso ela venha a enfrentar adversidades causadas por fatores internos ou externos à organização. Grosso modo, trata-se de um plano emergencial. Agora o que isso tem a ver com o varejo?

 

Estudo realizado pela KPMG avaliou o nível de maturidade do PCN de empresas de 17 setores e constatou que o varejo está no nível 2, de um total de três níveis. Isso significa que nas empresas do setor o planejamento desenvolvido, quando existe, não identifica todas as situações que podem afetar a operação nem dereciona as ações que serão realizadas caso isso ocorra.  

 

"Em minha experiência com o varejo, eu diria que 85% do setor não tem um PCN efetivo, apesar de estar entre os que mais sofreu, por exemplo, com ataques cibernéticos no ano passado. Ainda é preciso conscientização, o que faz parte do amadurecimento corporativo, embora exista a preocupação constante dos executivos, principalmente com ataques cibernéticos que comprometam a operação", avalia Sylvio Sobreiro, fundador e CEO da SVX Corporate.

 

Para o especialista, as empresas têm voltado seus investimentos a aquisições de ERPs mais robustos, digitalização, e-commerce, dados de CRM e outras frentes, mas não contemplam a projeção de um plano para garantir a continuidade do negócio. "E se tudo que foi investido na empresa não puder ser utilizado por conta de uma interrupção? Esse é o valor do PCN", afirma Sobreiro.

 

Segundo ele, um bom PCN compreende a junção de habilidades focadas em resiliência operacional e estratégias de trabalho, sempre pensando em um cenário de interrupção no serviço normal do negócio e envolvendo Processos, Pessoas e Tecnologias. O plano funcional inclui a Continuidade Operacional e uma Análise de Impacto aos Negócios sobre as atividades e funções da empresa, além de um plano de continuidade de serviços de TI - ou DRP - Disaster Recovery Planning. "Inclusive, é importante definir todos os fatores que implicam o negócio, os stakeholders e as atividades críticas", conclui o especialista.