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Saiba como tirar proveito de situações desafiadoras e crescer com elas

A resiliência não é mais o principal soft skill para cenários adversos

 

A resiliência foi, por muito tempo, considerada uma das principais soft skills para os cenários adversos. Mas, ela não é mais suficiente e a pandemia do Covid-19 mostrou isso. De acordo com Aline Gomes, diretora da Conquer In Company, unidade de negócios da Escola Conquer voltada para treinamentos corporativos, o líder resiliente se molda à crise, porém retorna ao seu estado original quando ela acaba. Já o líder antifrágil abraça o caos, se beneficia dele e o utiliza como estímulo a sua capacidade criativa e de crescimento.

 

O conceito de antifragilidade surgiu com a publicação do livro “Antifrágil: Coisas Que Se Beneficiam Com O Caos”, de Nassim Nicholas Taleb, em 2012. A antifragilidade se refere à capacidade de abraçar situações desafiadoras e melhorar com elas, em oposição à resiliência.

 

Aline acrescenta que existe uma aversão de muitos profissionais à mudança. Uma pesquisa da Gartner de 2021 revelou que 54% dos gestores de RH dizem que suas equipes estão cansadas de transformações, o que pode levar à apatia, frustração e até mesmo a uma síndrome de Burnout.  

 

Para desenvolver uma empresa e uma equipe antifrágeis o papel do líder é determinante, uma vez que este processo passa, inevitavelmente, por ele. A diretora lista algumas dicas importantes às quais as empresas devem prestar atenção com o objetivo de incentivar este perfil de liderança. São elas:

 

Treinamentos centrados em tomada de riscos

O erro é fundamental para o líder. Um gestor antifrágil se permite ser vulnerável, é mais tolerante às próprias falhas e as compreende como parte de sua jornada rumo aos acertos. Ele corre mais riscos e está mais atento à inovação, sabendo tirar proveito da incerteza sem colocar a empresa em perigo. Tem a ver com aproveitar as oportunidades para correr riscos menores mais frequentemente.

 

Alinhamento da cultura corporativa

Para criar líderes antifrágeis é preciso, antes de tudo, ter uma cultura corporativa alinhada ao conceito. A empresa tem que estar pronta para este tipo de liderança, incorporando as competências do perfil na organização como um todo. Isso significa comprometer-se com a vulnerabilidade e com o erro, por exemplo.

 

Prática de feedbacks ágeis e assertivos

Além de dar feedback aos seus colaboradores, o líder também precisa recebê-lo. O ajuste de rota faz parte da trajetória do líder antifrágil. Mas esse feedback não pode levar seis meses como acontece numa avaliação de desempenho. Quanto mais rápido ele receber retorno sobre seu desempenho, mais ágil ele será na correção dos pontos que necessitam de melhoria, garantindo, desta forma, voos mais altos.

 

Incentivo ao autoconhecimento

Para saber como lidar e controlar suas emoções diante de imprevistos e desafios, conhecer a si mesmo é o primeiro passo. É analisando suas próprias fraquezas e sua forma de reagir a elas que o líder antifrágil evolui. As empresas podem propor leituras que incentivem este exercício de interiorização em suas lideranças. Oferecer cursos de capacitação em inteligência emocional também é um bom recurso, já que ambas são soft skills intimamente relacionadas.

 

Construção de uma relação de confiança

A pesquisa da Gartner de 2021 também aponta que quando a equipe confia na empresa, o time tem uma capacidade quase três vezes maior de absorver mudanças. Para isso é preciso que o líder ajude a criar uma base de segurança psicológica para a equipe. É através desta segurança que as pessoas irão se sentir mais livres para interagir, errar e evoluir, fortalecendo o perfil antifrágil.