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Redução do ICMS levou à variação negativa da inflação em julho

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo IBGE registrou variação de -0,68% em jul/22 – a menor taxa desde o início da série histórica iniciada em janeiro de 1980. Em jul/21, a inflação mensal havia sido de 0,96%. Com isso, o IPCA registrou 10,07% no acumulado de 12 meses. Em jun/22, o acumulado e 12 meses apresentava alta de 11,89%.

 

Dos nove grupos que compõem o índice, dois apresentaram queda no mês de jul/22. A principal redução ocorreu em Transportes. Com variação de -4,51% (ante 0,57% no mês de jun/22), o impacto sobre o índice geral foi de -1,01 p.p.. O principal subitem a registrar queda foi a Gasolina (-15,48%; -1,04 p.p.). O Etanol também contribuiu para a queda (-5,78%; -0,24 p.p.). O segundo grupo a apresentar deflação no IPCA de jul/22 foi Habitação (-1,05%; -0,16 p.p.). O principal subitem a contribuir para este resultado foi Energia Elétrica (-5,78%; -0,10 p.p.). O contexto que envolveu a queda nos preços da Energia Elétrica foi decorrente da redução de alíquotas de ICMS por vários estados e também de revisões nas tarifas extraordinárias de 10 distribuidoras de energia pela ANEEL em 13 de julho.

 

O principal impacto positivo do mês ocorreu no grupo Alimentação e Bebidas. A variação de 1,30% em jul/22 superou a alta de 0,80% em jun/22 e teve um impacto de 0,28 p.p. no índice geral. O subgrupo Alimentação no Domicílio acelerou 1,47% no mês (0,23 p.p.), puxado pelo subitem leite longa vida (25,46%; 0,22 p.p.). Dentre os demais grupos, apesar de todos registrarem alta, apenas o grupo de Despesas Pessoais acelerou (indo e 0,49% em junho para 1,13% em julho).

 

Na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), o IPCA teve variação de -0,59% em jul/22. Dos nove grupos que são pesquisados, Transportes (-3,9%; -0,87 p.p.) e Habitação (-3,01%; -0,43 p.p.) apresentaram queda. O grupo Alimentação e Bebidas registrou o principal impacto positivo no índice geral (2,2%; 0,48 p.p.).  Assim, na RMPA, o acumulado em 12 meses foi de 8,69%.

 

No que diz respeito ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), em junho, sua variação no país foi de -0,60%, acumulando alta de 10,12% em 12 meses. Na RMPA, o INPC teve variação de -0,71%, ficando com 8,25% no acumulado em 12 meses, a segunda menor inflação acumulada no país, só perdendo para Belém (7,17%) entre as regiões pesquisadas pelo IBGE.

 

O indicador de julho basicamente reflete o efeito da mudança de legislação sobre o ICMS de energia elétrica, combustíveis, transporte coletivo e comunicações. Assim, ainda que haja o registro de queda no mês no índice cheio, o indicador de difusão que mostra o espalhamento da inflação continua elevado. Em julho, 63% dos preços acompanhados pelo IBGE para a formulação do IPCA apresentaram alta, sendo que entre os itens alimentícios 60% apresentaram elevação na passagem do mês e 66% entre os não-alimentícios.