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Conheça as três principais características do profissional do futuro

Especialistas destacam também como as empresas devem se adaptar à nova realidade

 

A pandemia trouxe uma nova realidade para gestores e funcionários, com um cenário mais digitalizado, robotizado, diverso e mais disperso do que nunca. Diante deste cenário, especialistas da MIT Sloan School of Management destacam as três características do “profissional do futuro”, e o que as empresas devem oferecer para atrair trabalhadores com este perfil. São elas:

 

Eles são alfabetizados em dados

Pesquisas mostram que o uso de dados contribui para o aumento de receitas dessas empresas, melhor atendimento ao cliente, eficiência operacional, e maior lucratividade. "Em um mundo onde há cada vez mais dados, as organizações com pessoas alfabetizadas nessa competência são as que irão vencer", disse Miro Kazakoff, professor da MIT Sloan e especialista em comunicação e persuasão por meio de dados, em nota para o site da escola. Para isso, é necessário haver a democratização dos dados.

 

É importante que os profissionais se sintam confortáveis trabalhando com inteligência artificial, machine learning e robôs. Segundo o artigo da escola de negócios, especialistas concordam que o futuro da inteligência artificial é o futuro do trabalho. Porém, não há garantias de que esse crescimento seja totalmente positivo. O economista do MIT Daron Acemoglu descobriu que para cada robô adquirido para mil trabalhadores nos EUA, as remunerações caem cerca de 0,42%, e a relação emprego/população diminui 0,2 pontos percentuais.

 

Eles são empoderados

Para Tomas Kochan, diretor do Instituto do Trabalho e Emprego do MIT, os funcionários relatam ter uma "falta de voz" considerável nos trabalho - isto é, uma lacuna entre o quanto de opinião ou influência eles sentem que deveriam ter e o quanto realmente têm - em tópicos como remuneração, condições de trabalho e tratamento justo.

 

Mas isso não deve durar: "nos EUA, trabalhadores com baixos salários estão encontrando suas vozes e descobrindo propósitos, e empregadores que os ignoram o fazem por sua conta e risco", comentou Paul Osterman, professor de recursos humanos e gerenciamento do MIT. Kochan sugere que empregadores e empregados devam firmar um novo contrato social que ofereça altas taxas de retorno para os investidores, ao mesmo tempo em que apoie carreiras de qualidade. Itens desse contrato incluem:

 

  • Seleção criteriosa de funcionários com fortes habilidades técnicas e comportamentais;
  • Investimento contínuo em treinamento e desenvolvimento de equipes;
  • Respeito por direitos trabalhistas;
  • Oportunidades para que os funcionários se adaptem a novas tecnologias e requerimentos de trabalho;
  • Sistemas de compensação justos e transparentes que assegurem o aumento da remuneração do trabalhador de acordo com o desempenho empresarial e econômico global;
  • Uma voz para os funcionários nas decisões críticas do negócio que moldarão seu futuro.

 

Eles estão comprometidos com avanços em equidade e o meio ambiente

De acordo com a comissão de oportunidades igualitárias de emprego dos EUA, 83% dos executivos de tecnologia são brancos. Na Apple, 6% dos funcionários no último ano eram negros. Já no Google, menos de um quarto dos estagiários eram negros ou latinos, e 5,5% dos novos contratados eram negros.

 

De acordo com Malia Lazu, professora no MIT sobre inclusão na economia de inovação, para fechar essa lacuna na tecnologia é essencial que a diversidade seja cultivada entre os funcionários. As ações incluem expor todas as crianças ao modelo de educação STEM (que foca em ciência, tecnologia, engenharia e matemática) desde cedo; tornar a educação de ensino superior mais acessível e igualitária; contratar com base nos conjuntos de habilidades em vez de diplomas; e avaliar e diversificar as redes profissionais.

 

Para funcionários jovens, em particular, a ideia de equidade se estende a governança e as questões ambientais. O estudo Cone Communications Millennial Employee mostrou que 64% dos millennials não aceitariam um emprego em uma empresa que não tenha uma política forte de responsabilidade social corporativa, e 83% seriam mais leais a uma companhia que os ajude a contribuir em questões sociais e ambientais.