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7 metodologias de gestão de pequenas e médias empresas

As metodologias de gestão nascem em períodos peculiares da história e visam lidar com a condução de uma empresa de maneiras especiais. Vale a pena conhecer todas elas para aplicar a melhor em sua empresa

 

Você acha que a gestão de pequenas e médias empresas é igual à praticada em grandes companhias? Pois bem, embora possam contemplar o mesmo conjunto de atividades (com algumas variações, é claro), o modus operandi é bem diferente por conta de seu porte.

 

Quanto maior é uma empresa, maior também tende a ser o número de colaboradores, a presença de processos e sua complexidade. As de menor porte, ainda que tenham um orçamento limitado, por vezes não dispõem do capital humano e organizacional necessário para superar os problemas.

 

De fato, dificuldades existem em todas elas, já que gerenciar uma empresa está longe de ser uma tarefa simples. Porém, como a situação é diferente, inclusive em termos financeiros, é de se esperar que os problemas, medos e receios do dia a dia sejam únicos.

 

Por exemplo, a maior dificuldade para os donos de pequenos negócios é a conquista de clientes, além de alta carga tributária, mão de obra, inadimplência, dificuldade para conquistar crédito e controle e gestão financeira.

 

Já em uma conversa da Exame com empresas bem-sucedidas, alguns dos desafios citados foram a conquista de clientes pós estabilização do negócio, treinamento de funcionários antigos, liderar a companhia em todas as áreas, priorizar esforços, reduzir os preços ao consumidor e lidar com cortes nas crises.

 

Portanto, é evidente que a gestão empresarial muda de acordo com a realidade que a companhia vive naquele momento, pois precisa contemplar seus desafios atuais para que os processos sejam bem-sucedidos, e a forma de lidar nas empresas de menor porte precisa ser muito bem pensada.

 

Ainda no mesmo tema, é interessante notar que existem diferentes metodologias de gestão, nascidas em períodos peculiares da história e que visam lidar com a condução de uma empresa de maneiras especiais.

 

Algumas obtiveram bastante sucesso, outras nem tanto, mas vale a pena conhecer todas elas para aplicar a melhor em sua empresa, seja de forma integral ou parcial, com o possível nascimento de um modelo de gestão único e particular para o seu negócio. Vamos lá!

 

Gestão de pequenas e médias empresas: 07 metodologias históricas que podem te inspirar

Ter uma gestão eficiente e aplicar técnicas transformadoras é um grande desafio, e conhecer metodologias com importância histórica, acompanhadas de lições para aplicar em sua PME, te ajudará a saber como lidar da melhor maneira possível com o assunto!

 

1 – O modelo de Andrew Carnegie

Ainda que não tenha um nome propriamente dito, é fato que o escocês-americano Andrew Carnegie não poderia deixar de aparecer aqui, tendo em vista que é um dos primeiros nomes de que se tem notícia quando se fala sobre gestão organizacional.

 

Carnegie era um nome altamente conhecedor de técnicas de redução de custos e aumento de lucros em indústrias, objetivos que se tornaram possíveis de alcançar mediante o uso eficiente dos recursos disponíveis.

 

Seu investimento em tecnologias e práticas capazes de economizar tempo e dinheiro revolucionou o setor em que estava inserido, que era o da metalúrgica, tendo transformado-o em um dos americanos mais ricos do mundo, não apenas em sua época como também na história.

 

Tamanho sucesso fez com que ele se tornasse referência em filantropia, tanto nos Estados Unidos quanto no império britânico. Apenas nos últimos 18 anos de sua vida, ele deu US$ 350 milhões (quase 90% de sua fortuna) para instituições de caridade, fundações e universidades, valor equivalente a US$ 65 bilhões em 2019.

 

2 – Fordismo

Se vamos falar sobre a gestão organizacional, outro nome que precisa aparecer na lista é o de Henry Ford, empreendedor e engenheiro mecânico que fundou a Ford Motor Company em 1903, empresa que existe até hoje e ainda é uma das maiores no meio automobilístico.

 

Nós já comentamos sobre a gestão de negócios ao longo do tempo por aqui, onde falamos sobre o modelo de gestão científica de Frederick Taylor, e este conceito foi determinante para Ford, que usou sua teoria e princípios para criar uma linha de produção com o auxílio de uma correia transportadora.

 

A montagem em série permitiu que ele fosse capaz de construir carros com uma agilidade muito maior do que existia até então, além de também ter reduzido os custos para tal, o que permitiu aos cidadãos norte-americanos terem um carro para chamar de seu, além de ter gerado milhares de empregos.

 

Prova de seu sucesso é que foram vendidas pelo menos 16,5 milhões de unidades do Ford Model T, cuja produção durou de 1908 a 1927. O impacto foi tanto que o veículo se manteve como o 8º mais vendido de todo o mundo até 2012, ou seja, 85 anos depois de ter encerrado sua produção.

 

Uma observação importante sobre o Fordismo é que, em 1914, Henry Ford percebeu que a taxa de rotatividade dos trabalhadores estava muito alta, já que a produção e o tempo de trabalho estavam em alta, mas os salários tinham sido mantidos. Então, a jornada foi reduzida para 8 horas e os salários foram dobrados.

 

3 – Fayolismo (Teoria clássica da administração)

O engenheiro francês Henri Fayol desenvolveu uma escultura de pensamento chamada de teoria clássica da administração, a qual ficou popularmente conhecida como Fayolismo. Seu objetivo era analisar e sintetizar o papel da gestão nas empresas.

 

Fayol acreditava que o foco nas atividades de gestão poderia minimizar erros de compreensão e aumentar a eficiência das organizações. Por isso, ele esclareceu aos gestores o que deveriam fazer para cumprir com suas atividades e quais práticas seguir em seu livro “General and Industrial Management”, de 1916.

 

Ele desenvolveu os quatorze princípios da gestão, que são os seguintes: divisão do trabalho, delegação de autoridade, disciplina, unidade de comandos, unidade de direção, inter-relação entre interesses individuais e objetivos em comum da organização, pacote de compensação, centralização, cadeias escalares, ordem, equidade, garantia de emprego, iniciativas e espírito de equipe.

 

Além disso, Fayol desenvolveu outro elemento importante para a gestão empresarial, que são as seis funções primárias da gestão: previsão, planejamento, organização, comando, organização e controle.

 

4 – Gestão comportamental

Diferente do que era praticado até então, Mary Parker Follett olhou para as empresas como grupos ao invés de uma hierarquia. sua teoria de gestão organizacional foi construída na perspectiva das relações humanas

 

Em seu livro publicado em 1924, chamado de “Creative Experience”, Mary diz, em tradução livre, que “Uma grande empresa é a coleção de comunidades locais. O crescimento individual e institucional é maximizado quando tais comunidades são autônomas na maior extensão possível.”

 

Lições para sua PME: ao olhar para a gestão de pequenas e médias empresas como algo que envolve indivíduos com suas características e comportamentos ao invés de se tratar apenas de um negócio comercial, é possível ter insights diferenciados e que ajudarão a lidar com os desafios de uma forma mais tranquila.

 

5 – Análise SWOT

Embora não seja necessariamente um modelo de gestão organizacional, é inegável que a realização da análise SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities and Traits) ou, em sua versão brasileira, FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), pode trazer uma série de benefícios a qualquer empresa.

 

Algumas pessoas creditam sua criação ao empresário e consultor estadunidense Albert S. Humphrey, mas ele próprio jamais afirmou ter inventado tal análise, o que faz com que sua origem permaneça obscura.

 

A análise SWOT visa fazer com que uma empresa identifique suas forças e fraquezas (dentro da organização), bem como as oportunidades e ameaças (fora da companhia), de modo a orientá-la na tomada de decisões para a obtenção dos melhores resultados possíveis.

 

6 – Teoria do caos

A teoria do caos nasceu das observações de várias pessoas, como os franceses Henri Poincaré e Jacques Hadamard, o estadunidense George David Birkhoff, o soviético Andrey Nikolaevich Kolmogorov, a britânica Mary Lucy Cartwright, o inglês John Edensor Littlewood e o estadunidense Stephen Smale, todos matemáticos.

 

Basicamente, ela se concentra no estudo do caos, que são os estados de sistemas dinâmicos cujos estados aparentemente aleatórios de desordem e irregularidades são governados por leis determinísticas altamente sensíveis às suas condições iniciais.

 

Em termos simplificados, a teoria, altamente versátil e que também se aplica à gestão empresarial, diz que a gestão de um negócio não pode ser controlada. Conforme os sistemas se tornam mais complexos, também ficam mais voláteis, até que se quebrem e divirjam em uma tentativa de se manterem estáveis.

 

Então, as partes podem convergir em um sistema melhor ou se separar completamente, resultados que podem variar de acordo com cada vez em que todo o processo ocorre.

 

7 – Teoria da contingência

Tudo o que vimos até então sobre a gestão de pequenas e médias empresas consiste em modelos bem definidos, desenvolvidos por seus criadores e que têm por finalidade ser aplicados em outras empresas. A teoria da contingência, porém, foge desse padrão.

 

Dois britânicos (Burn e Stalker) e dois norte-americanos (Lawrence e Lorsch) trouxeram a ideia de que não há um melhor caminho para se organizar. Isso não significa que não deve haver estratégia, mas sim que os negócios devem ser flexíveis às mudanças ambientais e externas.

 

Em outras palavras, o que eles propõem é que cada companhia faça seus estudos e testes para entender qual é o melhor modelo para sua realidade e, então, adote-o para o futuro, ciente de que é preciso estar preparado para lidar com eventuais mudanças e alterações.

 

De fato, a gestão de negócios vem carregada de situações complicadas, da inexperiência ao crescimento acelerado, das dificuldades financeiras à escolha de novos profissionais para a equipe, mas este é um caminho a se percorrer para quem deseja chegar ao sucesso.

 

Opte você por uma gestão inovadora para RHs e outras áreas ou por algo mais conservador, tenha certeza de que cada segundo investido na gestão de pequenas e médias empresas tem o potencial de levar seu negócio ao sucesso que sempre sonhou, e como vimos, alternativas e linhas de raciocínio para tal não faltam.