image

E-commerce deve alcançar 19% das vendas totais do varejo até 2026

 

Atualmente a participação no Brasil é de 12%. O dado é do eMarketer e foi compartilhado durante o E-Day, encontro promovido pela Ambev que reuniu varejistas de diversos Estados do País

 

As vendas do e-commerce sobre o total do varejo brasileiro deverão sair dos atuais 12% para 19% em 2026, segundo dados do instituto eMarketer. A informação foi compartilhada pela Ambev durante o E-Day, encontro promovido pela empresa que contou com a participação de varejistas de diversas regiões do Brasil. Realizado no final de setembro no The Hub, espaço da companhia destinado ao relacionamento com seus clientes na capital paulista, o objetivo da iniciativa, em sua segunda edição, é contribuir para o varejo alimentar acelerar seu desenvolvimento no digital – movimento que demanda, mais do que ferramentas, uma transformação de mindset.  

 

De acordo com dados apresentados pela fabricante, o número de shoppers do canal online saiu de 61,8 milhões em 2019 para 87,7 milhões em 2021 – um avanço de 42% no período. “O nosso modelo de digitalização é muito mais parecido com o que aconteceu na China do que nos EUA”, comentou Rodrigo Haddad, diretor de e-commerce da Ambev.

 

No início, consumidores e empresas chinesas enfrentavam o problema de uma internet lenta, meios de pagamento menos desenvolvidos do que o dos EUA e questões logísticas. Esse cenário, contudo, ficou para trás com o desenvolvimento rápido da digitalização a partir da iniciativa de empresas como a varejista Alibaba. A expectativa é de que o mesmo aconteça por aqui.  

 

Para se ter uma ideia, uma pesquisa da NielsenIQ Ebit, que também se apresentou no 2º E-Day, mostra que de 2019 para cá a venda online foi a que mais aumentou a penetração no segmento de produtos de grande consumo, como alimentos, bebidas, limpeza, higiene e beleza. Nesse intervalo, o crescimento foi de 10 pontos percentuais. Como referência de comparação, o segundo modelo com maior avanço foi o cash & carry, com alta de 6 pp.  

 

Segundo o levantamento da consultoria, o e-commerce de alimentos e bebidas foi o que mais avançou em número de pedidos: 128% de janeiro a junho de 2022, contra iguais meses do ano passado. No período, aumentou o volume de pedidos com frete grátis, que passou a representar 50% do total (+ 5 pp em relação ao primeiro trimestre de 2021).  

 

Potencializando as vendas

Gerar e ampliar as compras dos consumidores no online exige que o varejo acompanhe novas tendências e soluções que surgem e se aprimoram a todo momento. Lucio Pereira, diretor de desenvolvimento de negócios da Criteo, empresa que também participou do encontro da Ambev, abordou as vantagens do retail media (anúncios das marcas nos sites ou aplicativos de e-commerce do varejo, a fim de aumentar a visibilidade e influenciar a compra).  

 

Somente nos Estados Unidos o segmento cresce US$ 10 bilhões ao ano, de acordo com o estudo US Retail Media AD Spend Forecast, devendo chegar a 20% do total do mercado publicitário em 2024. “Seria como adicionar a receita total do TikTok todo ano durante quatro anos”, comparou Pereira. Para o especialista, é importante ficar atento às tendências. Entre as principais, estão:

 

  • Novos formatos: vão desde carrinhos inteligentes que levam a mídia para a loja física até supermercados autônomos, como o Amazon Go. Esse modelo permite oferecer um programa de fidelização turbinado, conhecer o histórico completo de compras e veicular anúncios personalizados em tempo real, ou seja, no momento em que o cliente está fazendo sua compra
  • Novos jogadores: são as redes de mídia do próprio varejo, que começam a avançar de forma mais expressiva. Nele, as empresas oferecem plataformas de anúncios de autoatendimento para as marcas, permitindo a elas atingir o público-alvo das ações de forma mais assertiva

 

Também com o objetivo de gerar melhores resultados, a Meta (ex-Facebook) apresentou durante o E-Day uma solução de anúncios colaborativos, que ajudam a potencializar as ações das marcas que utilizam a plataforma.  

 

A ferramenta permite mensurar o impacto das campanhas com vendas e quantidade de produtos comercializados, além de prometer alcançar as pessoas que têm maior propensão a adquirir os itens que fazem parte da iniciativa, entre outros benefícios. “Para se ter uma ideia da importância de soluções como essa, entre os compradores online que descobriram novos produtos online, 69% tomam a decisão em um dia ou menos”, completou Bruno Storace, gerente de parceria da Meta.