image

Serviços crescem 3,1% no Brasil; no RS, com efeito da tragédia, recuo foi de 7,3%

Em dezembro de 2024, conforme a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do IBGE, o volume de vendas do setor de serviços no Brasil teve queda de 0,5% na série com ajuste sazonal. A contração sucedeu uma queda de 1,4% no mês anterior, (revisada de -0,9%). Importante notar que, dentre os segmentos, foram três as quedas na margem: -4,2% em outros serviços (que incorpora os financeiros), -0,7% informação e comunicação e -0,7% em profissionais, administrativos e complementares; nas altas, além de variação pequena (0,1%) em transportes, serviços prestados às famílias desaceleraram, mas tiveram novo aumento (0,8%). Com esse resultado o setor desempenha 1,9% abaixo do pico da série histórica ocorrida em out/24 e 15,6% acima do patamar pré-pandemia (fev/20). Na comparação com o período homólogo, houve aumento de 2,4% — nona alta positiva consecutiva. Com o resultado de dez/24, o acumulado do ano registrou aumento de 3,1%.

 

No caso do Rio Grande do Sul, houve queda de 1,5% no volume de vendas do setor na comparação com o mês imediatamente anterior na série com ajuste sazonal, segunda queda consecutiva após recuo de 1,9% no mês anterior (revisado de -1,5%). Na comparação com abril de 2024, período que antecede à enchente de maio 2024, o volume de serviços ainda é 5,2% menor[1]. Em relação a dez/23, houve queda de 7,5% no volume, com apenas serviços de informação e comunicação (5,6%) e outros serviços (19,5%) tendo crescido, assim como no mês anterior. Assim, o volume de serviços acumulado em 12 meses intensificou a queda e fechou 2024 com recuo de 7,3%.

 

Entre os segmentos, apesar de três terem crescido em 2024 (4,9% informação e comunicação, 3,4% outros serviços e 2,2% serviços profissionais), transportes, que tem a maior participação relativa no setor gaúcho (cerca de 43%), foi a maior influência ao recuar 19,8% no ano; também contribuíram, mas em menor medida, os serviços às famílias (-5,8% em 2024), que respondem por pouco mais de 20% do setor gaúcho.  No recorte específico que avalia as atividades turísticas conjuntamente, agregadas no IATUR (Índice de Atividades Turísticas), o resultado de dezembro para o RS mostra aumento de 2,6% na margem (sétima consecutiva), mas ainda apresentando recuo em relação a dez/23 (-6,1%). No ano, a queda é de 14,3%. No Brasil, o IATUR teve variação de 2,8% na margem e aumento de 9,5% em relação a dez/23.

 

Os resultados da PMS mostram, para o Brasil, o fechamento de um de expansão do setor quase na mesma magnitude que o resultado de 2023, atingindo a máxima histórica do setor em outubro de 2024. Os dados recentes, no entanto, têm sinalizado uma perda de dinamismo na ponta, mas que não tem sido puxado, por ora, pelos serviços às famílias. Em um cenário de desaceleração esperada ao longo de 2025 por uma política monetária ainda mais restritiva, as próximas leituras serão importantes para capturar a dinâmica da atividade já no curto prazo, sobretudo como seguirá a trajetória da demanda das famílias – que segue pressionando sobretudo o preço de serviços.

 

No caso gaúcho, o encerramento do ano fica marcado pelo impacto das enchentes de maio, com os dados recentes para o setor como um todo capturando uma dificuldade na continuidade da reação nos dois últimos dois meses do ano, fechando 2024 em patamar baixo. Para frente, com uma base de comparação muito deprimida de 2024, a perspectiva é de que, mesmo no caso de uma dinâmica contida, o setor deve fechar 2025 com crescimento.

 

[1] O setor, no Brasil, se encontra 1,4% acima do patamar de abr/24.

 

Fonte: IBGE

Elaboração: Assessoria Econômica/Fecomércio-RS