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PIB surpreende com alta de 1,2% no primeiro trimestre

No primeiro trimestre de 2020, conforme o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou variação de 1,2% em relação ao trimestre anterior, na série sazonalmente ajustada. Esse crescimento foi o terceiro consecutivo nesta comparação. O aumento foi consequência das variações positivas na Agropecuária (5,7%), na Indústria (0,7%) e nos Serviços (0,4%). Comparativamente ao primeiro trimestre de 2020, o PIB registrou aumento de 1,0%. No acumulado em quatro trimestres ante os quatro trimestres imediatamente anteriores, o PIB brasileiro apresentou queda de 3,8%.

 

Sob a ótica da produção, a alta de 1,0% frente ao primeiro trimestre de 2020 refletiu a variação positiva da Agropecuária (5,2%) e da Indústria (3,0%). Os serviços tiveram queda de 0,8%. O maior recuo foi em outros serviços (-7,3%) que inclui os serviços prestados às famílias, e em Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-4,4%). Nas altas, Informação e Comunicação cresceu 5,5%, seguido de Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados, que teve aumento de 5,1%; o Comércio cresceu 3,5%. Na Indústria, a variação de 3,0% refletiu a alta de 5,6% da Indústria de Transformação. Eletricidade e gás, água, esgoto, ativ. de gestão de resíduos também teve aumento de 2,1%, ao passo que as baixas da Indústria Extrativa e da Construção corresponderam, respectivamente, a -1,3% e -0,9%. O setor agropecuário, por sua vez, teve aumento de 5,2%

 

Pela ótica da demanda, comparativamente ao mesmo trimestre de 2019, o consumo das famílias teve recuo de 1,7%, enquanto o consumo do Governo variou -4,9%. A formação bruta de capital fixo (que mede a parcela de produto utilizada para realizar investimentos) teve a maior taxa desde o segundo trimestre de 2010, ao variar 17,0%. Esse desempenho se explica pelo aumento da produção interna de Máquinas e equipamentos, pelos impactos do Repetro e pelo crescimento do desenvolvimento de softwares. Quanto ao setor externo, as exportações tiveram alta de 0,8% enquanto as importações avançaram 7,7%.

 

Surpreendendo com um resultado melhor do que esperado, os dados do PIB indicam uma economia que completou seu “V” e voltou ao patamar pré-pandemia, impulsionado no primeiro trimestre pela agropecuária e pela indústria extrativa em um cenário positivo das commodities. Os Serviços, por sua vez, tiveram ritmo modesto, com aqueles que mais dependem de contato físico ficando ainda bem abaixo do nível pré-pandemia. Assim, além dos efeitos positivos do contexto externo, a vacinação precisa avançar e ganhar ritmo para que a recuperação possa ganhar força sobretudo nos Serviços, grande empregador da economia. No entanto, além do risco de uma terceira onda da pandemia que se intensifica à medida que a imunização não avança, temos juros subindo diante de uma inflação pressionada que conta ainda com um risco adicional da crise hídrica sobre o preço da energia elétrica.

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Fonte: Fecomércio-RS